Sunday, February 05, 2012

Morreu Wislawa Szymborska

A poetisa polaca Wislawa Szymborska, Nobel da Literatura de 1996, morreu esta quarta-feira, aos 88 anos. Deixou uma obra que é uma reflexão filosófica e lúcida sobre o mundo, impregnada de humor e de um grande lirismo.

Autora de uma vintena de colectâneas de poemas, marcados por uma reflexão filosófica sobre as questões morais da nossa época, escritos numa forma poética muito cuidada, Szymborska manteve-se afastada da vida política.

Mas em Maio de 2007 juntou-se aos intelectuais polacos que acusaram a direita conservadora dos irmãos gémeos Lech e Jaroslaw Kaczynski (então Presidente da República e primeiro-ministro) de “não compreenderem” a democracia e “tentarem enfraquecer e renegar instituições de um Estado democrático como os tribunais independentes e as os media livres”.

Em 1975, ainda sob o regime comunista, juntou-se também aos intelectuais que protestaram contra a decisão do Partido Comunista Polaco de inscrever na Constituição a cláusula de “aliança eterna” com a União Soviética.

A Academia Sueca valorizou-a como “representante de um olhar poético de uma pureza e de uma força raras”.

Os seus poemas, com uma grande variedade estilística, são claros, geralmente curtos, frequentemente dando-se ares de aforismos. Inspirada por Descartes, mas também por Pascal ou Montaigne, agnóstica, pratica a dúvida metódica.

“Morreu tranquilamente, durante o sono”, na sua casa em Cracóvia, anunciou o seu assistente Michael Rusinek.

Notícia corrigida às 14h10, 02/02/2012 Altera "poeta" para "poetisa"

Extraído do Jornal Público

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