13:08 Quarta feira, 30 de Maio de 2012
"É a primeira iniciativa universitária dedicada ao estudo de um autor que, ao longo dos anos, tem marcado a vida social e cultural do nosso país. Vasco Graça Moura tem tido uma influência enorme na Academia e já era tempo de lhe fazermos esta homenagem. Tudo se organizou de forma muito espontânea e dinâmica", diz ao JL, o prof. catedrático Eduardo Paz Barroso, organizador, a par da também prof.ª catedrática Isabel Ponce de Leão, do colóquio 50 anos de Vida Literária de Vasco Graça Moura, que decorre a 31 de maio, a partir das 10 da manhã, na Universidade Fernando Pessoa (UFP), no Porto, entidade que desde logo apoiou e acarinhou este projeto.
O colóquio - primeira iniciativa de várias a decorrer até 2013, como uma exposição biográfica na Cooperativa Árvore - é organizado pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais e pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, do polo do Porto.
Depois da sessão de abertura - com Salvado Trigo, reitor da UFP, Inês Gomes, a diretora da FCHS e os dois comissários - decorre, a partir das 10 e 30, a conferência de abertura por Gaspar Martins Pereira, prof. catedrático do departamento de História da Faculdade de Letras, da Universidade do Porto. O investigador falará sobre o Porto no imaginário da obra de Vasco Graça Moura (VGM). A moderação estará a cargo de Rui Estrada. A partir das 11 e 30, Fernando Pinto do Amaral, Isabel Ponce de Leão, Sandra Teixeira e Eunice Ribeiro discorrem sobre a obra do também presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém. À tarde, a partir das 15, Eduardo Paz Barroso modera uma mesa constituída por João Barrento, Annabela Rita e José Carlos Seabra Pereira. Segue-se debate até às 18, quando José Pacheco Pereira faz a conferência de encerramento sobre a ligação da literatura à política.
Poeta, ficcionista, dramaturgo, cronista, ensaísta e tradutor VGM publicou o seu primeiro livro de poesia Modo Mudando, em 1963. (Aliás, Isabel Ponce de Leão fará precisamente uma abordagem crítica a este volume). Seguiram-se O Mês de Dezembro e Outros Poemas, A Sombra das Figuras, Sonetos Familiares, Uma Carta no Inverno ou Os Nossos Tristes Assuntos. No romance publicou Quatro Últimas Canções, A Morte de Ninguém, Meu Amor, Era de Noite e Enigma de Zulmira. Entre os vários prémios com que foi distinguido destacam-se o de Tradução Calouste Gulbenkian, o de Poesia Cidade do Porto, o de Poesia do PEN Club, o Pessoa, e o Vergílio Ferreira.
Vasco Graça Moura desempenhou ainda diversas funções no âmbito cultural e político: foi eleito deputado à Constituinte (1975), depois de ter aderido ao Partido Popular Democrático. Foi diretor de programas da RTP, e depois administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda. Foi comissário-geral português na Expo'92 e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Dirigiu o Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Gulbenkian e foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. A sua obra está traduzida em várias línguas e editada em diversos países. Acaba de publicar Os Lusíadas para Gente Nova, uma adaptação de Os Lusíadas que considera, no ano em que assinala cinco décadas de vida literária, uma "homenagem útil" a Camões.
Extraído de JL
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